O senador João Alberto (PMDB) reassumiu o mandato na segunda-feira e não nos decepcionou: fez um discurso sobre a eleição deste ano que merece ser eternizado em um anedotário político. O homem não cansa de envergonhar os bons maranhenses.
Principal adepto da candidatura de Edivaldo Holanda Júnior (PTC) no grupo Sarney, João Alberto, depois do elogio caipira da democracia, aquela conversa oca de festa cívica etc (justo ele, um ex-servidor da ditadura militar), tratou de colecionar disparates:
1) Um momento único em que o cidadão brasileiro escolhe o seu representante. Que bonita prática de cidadania, com nenhuma interferência externa ao pleito;
2) (no período que Sarney foi presidente da República) foram legalizados os partidos políticos até então clandestinos, foi assegurada a liberdade sindical e deu-se fim à censura prévia;
3) e aproveitou para puxar o saco da presidente Dilma Rousseff com o elogio dos programas Minha Casa, Minha Vida 2 e o Brasil sem Miséria.
Bom, já que reina o silêncio, falo eu. Vamos lá:
1) Bonita prática de cidadania sem nenhuma interferência externa ao pleito? Hehehe, João Alberto deve ter se referido a alguma eleição em outro país, por exemplo, os Estados Unidos. No Brasil temos a mais descarada interferência da máquina pública em eleições, uma vergonha. Neste ano não foi diferente, os exemplos pululam Brasil afora;
2) A redemocratização do Brasil não foi obra do Sarney, como quer João Alberto. Quando apontam que Sarney fez um governo medíocre em todos os aspectos, logo Sarney é o primeiro a dizer que não pôde governar por causa da interferência do PMDB, mas quando interessa a Sarney, ou aos seus, foi ele o grande maestro da redemocratização. Não o foi. A redemocratização era um compromisso de Tancredo Neves e do PMDB com a sociedade e os partidos políticos que combateram a ditadura militar, viria de qualquer jeito. Sarney não tinha como não redemocratizar o país.
3) O programa Minha Casa, Minha Vida arrasta-se a passos de cágado. O programa Brasil sem Miséria já está dando frutos negativos (ou podres, se quiserem): no Nordeste da seca o programa está envolto em fraudes e está trazendo de volta uma velha conhecida – a indústria da seca (lembram?).
Portanto, como era de esperar, mais uma vez João Alberto perdeu a oportunidade de ficar calado. Se bem que o homem é tão atrasado politicamente, que até quando permanece calado erra
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