O site Folha Dirigida, maior portal especializado em concursos do Brasil, entrevistou o governador Flávio Dino sobre os planos do Maranhão para 2018. De acordo com ele, o estado continuará com um grande volume de abertura de vagas de empregos via concurso público.
Além da entrevista, a Folha Dirigida reconheceu que o Maranhão foi o paraíso dos concurseiros em 2017, em uma conjuntura completamente desfavorável de aguda crise econômica em todo o país. Confira a entrevista completa:
FOLHA DIRIGIDA: 2017 foi um ano de crise econômica, mas o Maranhão ofertou mais de 4 mil vagas em concursos públicos. Como foi possível?
FLÁVIO DINO: Havia a necessidade de recompor o quadro dos órgãos que estavam com carência de pessoal, como o da Polícia Militar do Maranhão, que está com seleção em andamento e oferta 1.214 vagas imediatas. O segundo motivo é a substituição de terceirizações, como a do Sistema Penitenciário de Pedrinhas. Temos ampliações de despesas, mas também substituições delas. As despesas de terceirizações nós estamos usando para servidores concursados, porque em determinadas áreas, principalmente nas que são fundamentais para o estado, é mais adequado ter pessoal concursado do que terceirizado.
Ainda há carência? Qual a demanda de servidores públicos atualmente?
Depende da área. A saúde, por exemplo, estava há 20 anos sem concurso. Atualmente, estamos com a seleção para a Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (Emserh-MA), que oferta mil vagas. Mas nossa maior demanda ainda é na Segurança. Quando assumi, tínhamos menos de 10 mil policiais. Hoje, temos em torno de 12 mil e, com esse concurso, chegaremos a 14 mil. Mas a meta é chegar em torno de 16 a 18 mil policiais para garantir uma segurança de qualidade. A expectativa é que no próximo ano haja mais uma seleção para a corporação. O Maranhão precisa de pelo menos mais dois mil policiais. Também estamos de olho nos professores do estado, já que existem muitos temporários. O plano é fazer a substituição desses temporários por concursados.
Então os concurseiros podem ficar animados? Vem mais concurso por aí em 2018?
A situação econômica do país melhorando, como esperamos que melhore, nosso plano é continuar fazendo concursos anualmente, com um grande número de vagas nas áreas da Educação e Segurança, por exemplo. Também estamos pensando para outros órgãos menores que, de certo modo, estão precisando de pessoal. O Procon é um exemplo. Mas querermos abrir em torno de mil vagas ainda no primeiro semestre deste ano. É um planejamento imediato do governo.
Teve algum concurso que o senhor queria autorizar para o ano de 2017 e não conseguiu?
Havia alguns concursos autorizados para o ano de 2017, mas que precisaram ser adiados. É o caso da seleção para a Fundação da Criança e do Adolescente, a Funac-MA, que estava previsto para ocorrer no último ano. Agora, ele está em fase de planejamento, e por isso ainda não há um número de vagas definido. Outro concurso que sai em 2018 é o da Secretaria de Planejamento, que ofertará vagas para analista de planejamento.
Calma! Estamos ficando ansiosos! Em que fase estão esses concursos?
Já há uma comissão formada para algumas seleções e todos os editais devem sair entre março e junho. Para o concurso da área de Educação, que será para professores de educação do campo, o edital virá com aproximadamente 400 vagas. Também temos o concurso para o Corpo de Bombeiros-MA, um dos mais aguardados do estado. O projeto básico do concurso está pronto desde outubro e o edital pode ser divulgado nesse semestre. A seleção ofertará vagas para a carreira de oficial, que tem exigência de nível superior, e soldado, de nível médio. O concurso será no mesmo padrão da Polícia Militar.
Então vem mais concurso por aí? O Maranhão vai continuar sendo o paraíso dos concurseiros?
Vem mais concurso por aí, sim (risos).
O senhor prestou concurso para juiz e professor universitário. Como era o Flávio Dino concurseiro?
Prestei concurso por dois anos. Meu primeiro concurso foi em 1989, para o cargo de técnico judiciário do Tribunal do Trabalho. Foi meu primeiro cargo público. Em 1993, fiz dois: um para professor da UFMA, e o outro para juiz federal. Passei em todos. Aproveitamento de 100% (risos). No concurso do tribunal, eu fazia faculdade, e usei os conhecimentos de lá, estava concluindo o curso de Direito. Na seleção para professor, o cargo tem uma lógica própria, precisa de conhecimentos mais teóricos. Me preparei mais ou menos um mês. Para o de juiz federal, não tinha internet, fui atrás de cópias de provas anteriores, e estudei durante um ano. Na reta final, faltando bem pouco, eram quase 12 horas de estudos intensivos. Graças a Deus fui aprovado em 1º lugar. Acho que a receita principal é: sentar na cadeira e ler, mas ler bastante.
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